CORPO E ALMA
CORPO E ALMA
Crônica de Paulo Castelo Branco
As esperanças já estavam no fim. Parecia que as preces não eram ouvidas, e que Deus, lá no céu decidira que a hora do encontro estava próxima. No quarto de hotel, o enfermo não comia e balbuciava palavras desconexas. A filha, ao lado da cama, segurava um pedaço de mamão e retirava pequenas quantidades para oferecer ao pai moribundo. Ele, sem ânimo, recusava a comida.
NA GÁVEA
NA GÁVEA
Crônica de Paulo Castelo Branco
O bistrô ficava do outro lado da rua. No hotel, do seu apartamento, avistava o toldo amarelo e os pés dos clientes aguardando a vez. Observou o restaurante numa visão melhor. Havia um banco com três lugares e, pouco acima, duas cadeiras, uma mesa redonda com um cinzeiro e um vaso de lírios brancos naturais. Um biombo delimitava o acesso. No balcão, três bancos altos. Daí em diante não enxergava mais nada. A claridade externa embaralhava o interior do bistrô. A fila andava lentamente. Quando acabou a fila, atravessou a rua e pediu ao jovem recepcionista uma mesa solitária.
Pratos tradicionais e ambiente rústico: chefs ensinam conceito de bistrô
Roberta Malta - do UOL, em São Paulo - 13/11/2014.
O restaurante tem poucas mesas. A mulher trabalha na cozinha e o marido no salão ou vice-versa. Escrito num quadro-negro com giz branco, o cardápio varia de acordo com os produtos da estação, não tem muito mais do que cinco ou seis opções e a comida é sempre bem caseira. Em uma garrafa transparente sem rótulo, é servido o vinho da casa ou algum outro da região.
Não há garçons para paparicos, mas o serviço é simpático e ágil. Sorria, você está num autêntico bistrô (em francês, bistrot).